terça-feira, 8 de julho de 2008

Tiago Iorc volta a Curitiba para show solo

Jovem faz seu primeiro show solo em Curitiba, no Yankee American Bar nesta quinta-feira (10). “O público pode ficar tranqüilo, é o primeiro de muitos shows aqui”, diz sua assessora de imprensa Michelle Nasser

Tiago Iorczeski, mais conhecido como Tiago Iorc, apresentará nesta quinta-feira em Curitiba o show solo do seu recém-lançado álbum "Let Yourself In", no Yankee American Bar.

Ele já foi garçom, vendedor e intérprete bilíngüe. Morou por vários anos na capital paranaense e recentemente vive no Rio de Janeiro.

Tiago emplacou duas músicas próprias em novelas da TV Globo: "Nothing But a Song", tema do casal Guga e Angelina de Malhação e Scared, tema do casal Silvia e Marconi Ferraço na Duas Caras.

Em entrevista à Gazeta do Povo, Tiago Iorc fala do início da sua carreira musical. Confira:

Antes do seu primeiro ano de idade você foi morar na Inglaterra, mas ficou até os quatro apenas. Sua alfabetização foi no Brasil. Quais os motivos da escolha por cantar em inglês?

Quando morei na Inglaterra eu só falava inglês, mas minha mãe falava em português comigo. Fiquei até quase cinco anos lá. Por isso aprendi tudo misturado, e até dizia tudo misturado. A preferência por compor em inglês veio pela facilidade com a língua e pela sonoridade dela. As músicas vinham para mim em inglês justamente por esse contato que tive desde pequeno. Quando era mais novo tentei compor algo em português e não tive a mesma facilidade. E também não gostava. Quando comecei a escrever em inglês vi que era mais essa praia.

Quem te incentivou a tocar instrumentos? Começou com quantos anos?

Minha mãe e eu. Tinha oito anos, apareceu um violão lá em casa e eu me interessei. Comecei a fazer aulas com uma vizinha e a partir daí foi.

Quais as suas influências musicais?

As minhas influências são abrangentes. Quando era pequeno escutava muito "soft rock" com a família e tal. Eu peguei essa coisa da melodia, esse carinho pelas coisas melódicas. Mas eu tive várias fases. Já fui metaleiro - gostava de Dream Theater e de Angra - tocava guitarra. Quando fui ficando mais velho escutava mais blues e jazz, então sou bem eclético.

Como você define o seu estilo musical?

Pop, resumidamente. Com todas essas influências, mas de uma maneira pop.

Qual o caminho que você enfrentou para fazer parte da trilha da novela Malhação? Quem o apresentou?

Faz três anos que eu comecei a compor "Nothing But a Song". Estava brincando uma noite em casa, cantarolei alguma coisa e achei que aquilo ficava legal. Escrevi uma letra qualquer e resolvi gravar, pra ver como soava. Mandei para alguns amigos pra ver o que eles achavam. Na época, nem tinha o refrão, que na verdade não existe, são só cantaroladas – “hum dap dararah”. Eu queria colocar uma letra, mas no fim das contas acabou pegando daquela forma. Optei em deixar uma coisa bem genérica que pudesse representar o que fosse. Essas pessoas repassaram pela Internet e acabou chegando a um estagiário da Som Livre, no comecinho de 2007. Em julho, entraram em contato comigo e demonstraram o interesse em gravar a música.

Você assiste às novelas?

Não (risos). Depois que comecei a tocar assisto de vez em quando.

Qual foi a sensação de ouvir a música na TV?

Foi uma ótima novidade. Ela tocou antes de eu saber que ela ia entrar na trama. Era nova temporada e acabou entrando nos protagonistas da novela Malhação. A primeira cena da Angelina foi com a minha música. Foi estranho para mim, fiquei com vergonha na verdade, mas foi legal pra caramba.

A Marjorie Estiano também era de Curitiba, chegou a cursar um ano de Publicidade e Propaganda e após entrar para a novela Malhação se tornou conhecida. O que você acha dessa visibilidade que a TV dá na carreira?

Com certeza a mídia televisiva ajuda muito a divulgar a música no país inteiro. Eu recebo e-mails pedindo shows do Amapá, do Sergipe, lugares que eu jamais imaginaria. A potência é impressionante.

No começo, quando apenas “Nothing but a song” era conhecida, o público achava que o seu estilo era “John Mayer “cover””, e até falavam em “John Mayer brasileiro”. Com o lançamento do CD você acha que essa idéia mudou?

Eu tenho um timbre de voz que lembra um pouco o John Mayer, também é voz e violão. Mas o principal fator foi essa dúvida que se criou após tocar na novela. As pessoas não sabiam de onde vinha aquela música. Ninguém sabia quem era. Eu mesmo não sabia que ia entrar na trama. Então, foi um alvoroço na Internet. Lembro que alguém filmou um trecho da música e os internautas ficavam tentando descobrir o autor pela letra, mas ninguém achava nada. Aí criou esse folclore do John Mayer. O CD mostrou outras facetas. John Mayer é uma influência muito forte para mim. Na verdade, acho gratificante ser comparado a ele. Vejo que aos poucos eu vou encontrando meu espaço e meu modo de compor, vou mostrando a diferença nítida entre Tiago e John Mayer.

Qual a principal diferença que você sente com o sucesso? O que mudou na sua vida?

Para mim ainda está tranqüilo. O povo tem se comportado. Respondo e-mails e tal. Foi engraçado num show no Rio de Janeiro. Era um público de três mil pessoas e eu me impressionei com a quantidade de pessoas que sabiam a letra. Era uma histeria ensurdecedora na verdade. Mal conseguia ouvir o retorno. Fiquei fascinado com aquilo, achei muito legal. De vez em quando passava a mão pra galera e me agarravam, não me deixavam voltar pro palco.

Você conheceu bem o cenário musical curitibano. Quais as principais dificuldades que você enfrentou?

O cenário curitibano é muito bom. Ao mesmo tempo em que tem muitas opções, há uma repressão por parte do consumo. Não existe uma cultura de consumo musical próprio da cidade. Não tinha lugar para tocar, isso foi uma barreira que senti. Com minha última banda, a “Z.vox”, era muito difícil. A gente tocava jazz, funk e rock, totalmente artístico. Não era “cover” descarado pra agradar todo mundo. Os lugares davam preferência pra quem tocava o que todo mundo queria ouvir.

Qual banda curitibana você gosta de ouvir?

Conheço poucas de trabalho próprio. Gosto do Fuja Lurdes, que inclusive vai abrir o show de quinta.

Você acha que a internet ajudou na divulgação do seu trabalho? Você já sentiu os efeitos da pirataria?

A internet ajuda sim na divulgação. A vendagem do CD está se perdendo com o tempo, mas algumas pessoas ainda gostam da representação física do que gostam. Ter o encarte ou ver a bolacha do CD e as letras. Esse público não se perde nunca. As pessoas baixam as músicas e fazem um pirata. Mas o registro físico é bem mais valorizado.

Existem vários vídeos no Youtube de fãs fazendo “cover” das suas músicas e fã-clube, com reuniões semanais no orkut para falar sobre você. O que você acha dessa reação do público?

Desde o começo acompanhei tudo. Chegou a uma fase que não tem mais como acompanhar. Principalmente pela agenda que fica mais cheia. Demoro dias pra voltar pra internet. Acho maravilhosa essa empatia que as pessoas têm pelo trabalho, se tornando defensoras dele. Eles fazem a coisa engrenar e são responsáveis por nos ajudar.

Por que escolheu fazer o “cover” do sucesso dos Beatles “Ticket to Ride” para o CD?

Tínhamos duas opções: achar uma jóia rara, que ninguém conhecia e regravá-la ou fazer um “cover” renomado, com uma nova apresentação. Filtrar no meu modo de interpretar a música. Foi meu produtor, o Alexandre Castilho, que sugeriu a música. Ele pegou o violão e me mostrou. Tinha um levado jazz e falei que era isso mesmo. O jeito que ele tocava o violão era exatamente a forma como eu costumo tocar. Uma forma mais percussiva, rítmica e de marcação de tempo, sem palheta. Então fechou na hora a escolha.

Como você compõe?

É engraçado. Para mim composição é algo recente. Depois de “Nothing but a song” não tinha composto mais nada. Foi tudo muito rápido. A música entrou em novembro e foi em janeiro que começamos a gravar o CD. Precisava de músicas, fiz um internato de composição. Eu tentava me isentar do que era racional. E no momento em que a gente pensa em não ser racional, é que a gente mais é. Quando eu desligava da coisa aparecia algo, e achava legal. Ia surgindo, ou às vezes vinham melodia e letra prontas, palavras soltas para encaixar no que a música quer transmitir. Agora estou tentando manter sempre o que vem pronto, valorizando isso. Depois a parte racional só organiza as idéias.

Qual a sua música preferida no CD?

As últimas que fiz. O que a gente faz por último tem um carinho maior. A primeira do CD, “No one there”, foi a última que eu compus no estúdio. Foi bem ao acaso, na verdade. O produtor chegou e falou que precisava de uma música. Fui pro hotel e saiu algo muito atual, uma sonoridade que estava faltando. A última, “When all hope is gone”, é o ápice para mim como compositor. Conceitual, de letra e de simplicidade na forma de compor. Eu vou escutando o CD e cada vez gosto de uma. Então isso é bom, porque durante o show é um prazer tocar todas. Tenho um carinho por elas.

Suas músicas sempre têm um ar romântico. A quem você as dedica?

Existem pessoas responsáveis, são mais de uma. Não é algo factual. Tem músicas que são bem subjetivas, podem parecer que estou falando de alguém, mas estou falando de mim mesmo ou algo interno meu. Brinco com as palavras nesse sentido, as mais descaradas estão falando de alguém especial mesmo, é claro. Alguém que marcou.

Você pretende ficar na carreira musical ou levar uma carreira paralela de publicitário?

Por incrível que pareça, quando acontece é mais trabalhoso do que a gente imagina. Eu to gostando muito. Tem dias que estou muito cansado, de ensaiar ou até de dar entrevistas, como estamos fazendo agora. Mas estou fazendo o que gosto e esse cansaço é bem-vindo. O esforço é recíproco pelo trabalho e gera satisfação.


Créditos: Gazeta do Povo (Curitiba)

3 Let Yourself In:

Thiago Cohen. disse...

Muito boa a entrevista, Álvaro.
Grande pra caramba...
Tiago mó sincero na entrevista. Disse que não vê novelas, ainda disse que tava cansado. xD
Legal, legal... tem que ser sincero mesmo.

Go Iorc News! o/

Anônimo disse...

Amoooooooooooo vc Tiago *-*'

Parabéns pelo sucesso !

Gabriela ;* disse...

is so hot ! :DD
aaah, parabens parabens , adoro você FOFO õ/